Acerca de mim

A minha foto
Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Histórias para “nanar” A NUVEM BRANCA



Há uma nuvem branca tão linda no céu e o céu está tão azul!, dizia a menina, quando, deitada com a avó para que esta lhe contasse a história de sonhos, olhou através da janela.
Verdade, Violetta! Lindíssima!
Qual história queres que te conte?
A da nuvem branca,… respondeu.
“Na verdade, a volta ao mundo num mastro dum barco de cruzeiros não é o melhor da vida. Estou tão cansada e desejosa de ver a minha família!” Foram as primeiras palavras da gaivota logo que avistou os penhascos onde sempre tinha passado as noites, com a mãe, pai e irmãos.
Era uma nuvem branca, tão branca e tão fofa que era mais fofa que algodão e mais branca que neve. De onde em onde, uns laivos de azul e cor de rosa, dum tom desbotado.
Uma gaivota queixava-se da sua vida sem interesse: Que vida a minha nesta haste de bandeira, em barco de pescadores! É certo que apanho muito peixe, mas de que me serve andar bem alimentada se não há aventura neste modo de viver? Dizia isto como se estivesse a falar para outras gaivotas afastadas. (Uma vez, tinha decidido voar para longe, mas pouco depois, estava tão fraca!...Certa de que não estaria longe, regressou).
Nisto, a haste mexeu-se, balançou e a nuvem branca aproximou-se, perto, tão perto,… que quase as suas vestes brancas tocavam no mar. A gaivota pestanejou, curiosa… No meio da nuvem abriu-se uma brecha de onde saía uma voz que dizia: Olha, eu posso arranjar-te um barco grande!
A gaivota arregalou os olhos, deixou cair a cabeça para o lado da nuvem para se certificar se era voz de verdade ou se tinha delírios. Nisto, uma fada vestida com um vestido branco até aos pés, agitou a varinha de um lado para o outro e disse: Fada Lylly, vai trazer-te um barco de cruzeiros, aqui!...
Num instante o barco apareceu. Branco, grande e com tantas janelas como o hotel que a gaivota avista do seu penedo.
Agora tenho que ir! Tenho seis filhas na nuvem, a quem ando a ensinar a minha arte.
Entrou, a nuvem subiu e ficou a flutuar no céu, por cima do navio.
A gaivota poisou no mastro e, ainda antes do sol posto, deixou de ver terra e o penhasco.
A nuvem branca seguiu sempre no céu, por cima do navio...
Nisto, a nuvem foi-se abrindo, separando, dividindo, até que se formaram sete pequenas nuvens brancas, tão brancas e fofas como era a primeira.
Uma brisa ligeira foi-as embalando,… levando…
Ao cair da noite fixaram-se parecendo coladas no céu…Sete nuvens. Suspensas do céu. A maior, a da fada Lylly.
As fadinhas dormiam cada uma em sua nuvem para se habituarem a não ser medrosas.
Ao nascer de l sol, a brisa soprava, soprava…
As nuvens voavam em direcção às outras até que se formou novamente a nuvem branca,… grande, fofa,…onde a Lylly ensinava as coisas da vida às fadinhas.
Passaram muitos dias, muitos meses. A gaivota conheceu cidades, enjoou em mares de tormentas, entrou nos salões de festas onde tudo brilhava, vestiu-se de dourado e prateado,… bailou esvoaçando, tocou guitarra, cantou….
Um dia sentiu falta da sua família e ficou triste…
De onde estava, num país de longe,… muito longe… um país lindo, … muito lindo, um país chamado Sol Nascente, avistou o seu rochedo enquanto o diabo esfrega um olho…
Foi a fada Bi, vestida de cor-de-rosa claro, que, com a sua varinha mágica, lhe arranjou forma de regressar a casa, levada por um feixe de luz…

Seguidores

Arquivo do blogue