Se quiseres sentir o
pulsar do meu coração
e o aroma que todas
as manhãs ponho na pele
em salpicos picantes
de colónia de genjibre;
se quiseres sentir as
cores quentes
a incendiar-me o
rosto,
vindas dum pôr de sol
de fogo,
segue o meu olhar...
São as cores do sol
poente que me cativam,
me enlouquecem e
obrigam
a partir desnuda para
o outro lado do universo.
Uma brisa tapa-me o
corpo,
tapa destapando,
tapa desnudando e
excitando
os olhos famintos na
ponta dos versos.
Espraio o olhar sobre
o azul dos cabeços,
silhueta do planalto
dourado,
dunas dum mar noutro
hemisfério,
onde as acácias
flamejantes reflectidas no espelho d´água,
as nuvens rosadas de
flamingos em voo matinal,
despertam com a
fragancia do meu pulsar.
Assim parto!,…
estendo-me nas dunas,
adormeço com o
rebentar das ondas,
voo com as gaivotas,
pouso no mastro do
navio
e nele regresso.