Enxurradas de sentires te acordam
Nas orvalheiras do Outono
Te levam
Para granizos doutras trovoadas
E te banham
E te banham
Nas águas de outras marés.
És um pássaro
Que vai e que vem
À procura do que tem
E nunca tem
E que nem na Primavera
E que nem na Primavera
Respirou o ar que chegasse
Nos remoinhos de vento
Desse tempo
Sem a ousadia para respirar
Em invencíveis ciclones
Sem a ousadia para respirar
Em invencíveis ciclones
Que o revigorassem…
Que o enlouquecessem…
Amedrontavas-te
Com a ideia de que a colheita
Pudesse ficar desfeita.
Acabaste por respirar
Apenas uma doce brisa
Sonhando com remoinhos
Ciclones, enxurradas,
Ventos Norte, vendavais.
As folhas secas do Outono
Nos caminhos, em remoinho
Fazem os teus passos débeis.
Fazem os teus passos débeis.
O ar cortante a anunciar o Inverno
Arrefece o forno que te aquecia
E enregela o teu respirar.
Enxurradas de sentires te embalam…
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