Houve um campo de trigo
A fustigar-me o rosto
Dum tom aloirado
Em meu peito de estio
E o verde de que foi
O campo tecido
É gume de foice
Noutro dia em agosto
A fustigar-me o rosto
Dum tom aloirado
Em meu peito de estio
E o verde de que foi
O campo tecido
É gume de foice
Noutro dia em agosto
E querendo o verde
Do campo em meu peito
Rego-o a preceito
Para que não seque
Do campo em meu peito
Rego-o a preceito
Para que não seque
De tanto fustigar
Secou-lhe a garganta
Agitou-lhe as vestes
E o peito tão verde
Deixou de ser verde
Dobrou-se cansado
Daquele balançar
E levando a sede
Do campo em meu peito
Guardo-a a preceito
E comigo bebe
Do campo em meu peito
Guardo-a a preceito
E comigo bebe
Bebemos a água
Que restou do estio
Segurando as folhas
Com os braços frágeis
E o campo e o peito
São agora homenagens
À vida tão verde
E o inevitável frio
Que restou do estio
Segurando as folhas
Com os braços frágeis
E o campo e o peito
São agora homenagens
À vida tão verde
E o inevitável frio
E tendo o tapete
Do campo em meu peito
Enrolo-o a preceito
E com ele aqueço
Do campo em meu peito
Enrolo-o a preceito
E com ele aqueço
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