Viagens
Quando olho os teus olhos castanhos
vejo un azul a verdejar de mar bravo,
força de ondas a bater,
espuma a subir os rochedos,
... força que te leva
para lá de todos os limites
em viagens a um mundo sempre pequeno
para tanto olhar agitado.
Depois,
Vejo azul sereno de céu
com mãos macias,
palavras a conviver
em noites de gelo,
gestes frescos em dias quentes,
arco íris a pintar-me o cabelo,
luminoso,
lua
e Caminho de Santiago.
Mas,
naquele mar e naquele céu
crescem ourretas de freixos,
encostas de carvalhos,
florestas de de castanheiros i cerejeiras,
cores de fogo,
labaredas de folhagens d´Outono,
i desfazem gelos,
criam trigueiras espintalgadas de papoilas,
colhem maçãs e marmelos.
Depois,
os teus olhos castanhos voltam a castanhos,
fazem-me lembrar nozes e avelãs
e,
neles me deito
na serenidade do Natal.
(An Mirandés)
Biaijes
Quando miro ne ls tous uolhos castanhos
beio un azul a berdegar de mar brabo,
fuorça d´óndias a bater,
scuma a chubir pulas faias,
fuorça que te lhieba
para alhá de todos ls lhemites
an biaijes a un mundo siempre pequeinho
para tanto mirar zanquieto.
Apuis beio azul sereno de cielo
cun manos dóndias,
palabras a asseranar nas nuites de carambelo,
géstios frescos an dies calientes,
Cinta de la Raposa a pintá-me l pelo,
scalrretado,
lhuna
i Camino de Santiago.
Mas,
naquel mar i naquel cielo
médran ourrietas de freixos,
montes de trampos,
touçones de castanheiros i creijeiras,
quelores de fogo,
lhabaredas de folhaiges d´ Outonho,
i çfázen carambinas,
crían trigueiras spintarroxadas de papoulas,
cuolhen maçanas i marmelos.
Apuis,
ls tous uolhos castanhos tórnan a castanhos
i lémbran-me nuozes i abelhanas
i,
neilhes me deito na serenidade de l Natal
Com muito interesse. A vim visitar e gostei.
ResponderEliminarUm dia volto ao seu Mirandês que desconhecia.
Maria Luísa
Em mirandês:
Eliminarhttp://especiosameuamor.blogspot.pt/
Muito obrigada pela passagem. O mirandês foi a minha primeira língua. Só aprendi o Português quando foi para a escola. Escrevo-o desde 2008.
Um abraço,
Adelaide