Morro lentamente em cada fonte
que aos poucos agoniza em ais,
em cada rã a escavar à procura de dormida,
em cada sapo de pele gretada
buscando a viscosidade perdida.
Morro lentamente quando por ti passo,
freixo,
sedento,
estendendo as raízes à
terra em chamas
e ardendo por dentro
antes que seja tempo
das folhas fazer despedidas.
Ardo em chamas e morro lentamente,
Ah!, se morro e como
me dói este morrer lento!…
Há um ressumar leve nos meus olhos
Que, por lhe faltar sal não chega a lágrima
e não chega a chuva por lhe faltar ousadia.
Há um morrer lento no
beiral
onde o ninho chora a partida da andorinha.
Morro lentamente neste tempo
em que as promessas não me agitam,
por descrédito!
Morro lentamente quando vejo
a sepultura que para
mim cavaram,
mas juro, não deixarei
que me matem por inteiro!…
Como o freixo, a rã, o sapo, o ninho!
E a fonte!
Sem comentários:
Enviar um comentário