
Nos olhos de avelãs onde me vejo
há reflexo da sede que se sente.
Tu nos meus a beber ensejos,
para mais beberes na minha sede,
a chuva dos nossos desejos.
Os corpos que se juntam
na pele que sabe a mar.
Os braços que se encontram,
mãos inquietas, rodopiar
em sufoco dos nossos beijos.
Calor a fundir-se em arrepios
e as bocas em devaneios.
Dos silêncios aos gemidos,
no brotar das fontes e enleios
dum vai vem de almejos.
Os corpos a escalar ao cimo
para em queda livre virem a descer.
Nos corpos, a nudez vestida
e a tua mão a adormecer
docemente nos meus seios.
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