Nem sequer tenho tido tempo para escrever o céu. Hoje olhei-o de relance e estava lindo. O fundo era azul aberto e as nuvens pareciam claras em castelo.
Tenho escrito mentalmente e, quando quero passar ao teclado surge sempre uma letra que emperra.
Quando a cabeça estiver desocupada sairá em catadupa, as palavras serão transportadas por um galgo que disputa uma corrida e lançadas contra o écran como cimento numa parede molhada. Ficarão firmes a olhar para quem passar aqui, neste mundo virtual.
Agora, as palavras estão exaustas, quero sacá-las mas não sou capaz de as demover do caminho que querem seguir. São tão teimosas as palavras, tão insolentes...
Neste momento fingem não me conhecer! É como se mais nada tivéssemos para partilhar.
Éramos confidentes, chegámos a ser muito mais que isso, chegámos a ser amantes. Agora, é como se não conhecessem o perfume do meu corpo, não recordassem o arrepio que me causavam na espinha quando me tocavam na ponta dos dedos que fosse... Bastava o toque nos dedos e eu tremia...
Partiram todas pela manhã, pé ante pé, para não me acordarem. Foi quando a porta rangeu um pouco mas como o tempo estava chuvoso e frio, pensei que era do vento que soprava. Nem uma carta, um bilhete que fosse à cabeceira ou em cima da mesa do pequeno almoço.
Nem um texto vos deixei, uma frase que fosse onde vos dissesse até logo ou até qualquer dia.
Nem tenho tido palavras para olhar o céu...
Os olhos viram-no lindo pela manhã, hoje, azul encastelado.
Vermelhão à hora de se ir...
Acerca de mim
- Adelaide Monteiro
- Sintra/Miranda do Douro, Portugal
- Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
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Adelaide:
ResponderEliminarLindo texto adoro ver o céu azul, mas nem sempre é possivel, mas gosto mais de sol do que dachuve.
Um beijo
Santa Cruz