Deixa sem pressas
que o perdão desça à chaga aberta,
que o granizo descongele
e se deposite em aluvião na horta,
para que frescos cresçam
e lentamente floresçam os sonhos,
ainda que o tempo te meta pressa,
veloz a escapar-te das mãos.
O perdão!...
O perdão dissipa a dor,
ainda que a dor seja atroz,
atenua imagens,
ainda que as imagens não se esqueçam,
mas antes esmoreçam.
Vive o hoje sem pensares no ontem,
mesmo que o ontem tenha sido elevado,
pois que comparado,
o hoje pode parecer baixo,
e o amanhã, quem sabe!?
Espera que as lágrimas decantem a poeira,
para delas extrair apenas o sal,
branco, puro,
com que vais temperar
o alimento para os beijos,
os abraços,
o enlevo com que irás olhar o cravo
e sentir o seu perfume
nas noites, nos dias,
na covinha do sorriso.
Depois, há-de reavivar a chama,
hão-de incendiar-se os recantos do corpo,
hão-de elevar-se os picos dos montes
a fundirem-se nas lavas do desejo,
a fazer transbordar o rio que em ti corre,
entre margens vulcânicas, apertado.
Acerca de mim
- Adelaide Monteiro
- Sintra/Miranda do Douro, Portugal
- Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
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Belíssimas recomendações poéticas!
ResponderEliminarDeixa... Será que se quer?
Bjinho :)
Os porquês que acompanham eternemente um poeta.
ResponderEliminarUm beijo minha querida amiga1
Adelaide