Caminho em terra batida depois de ter cortado as raízes de plantas raivosas para que o caminho se tornasse macio para os meus pés doridos. Arranquei a grama, fertilizei os solos, cavei fundo e tentei enterrar os restos duma seara que não semeei.
De quando em vez, surjem rebentos dum tempo que quiz matar. Como se poderá matar um tempo sem que se lhe ponha uma lage de mármore em cima ou se enfie num jazigo?! Detesto pedras por cima do tempo que quero matar; detesto jazigos a enclausurar o tempo!
Assim, lancei o tempo num ermo, ostracizado, trocado pelos toques de pele de outro tempo a fornecer-me sonhos. Ando a plantá-los na terra que fertilizei. Estão a crescer verdes e tenros os sonhos, mas ainda assim, há sonhos que me ficam a olhar para trás, em direcção ao ermo...
Caminho em terra batida, serenamente, passo certo, pés firmes sobre o chão limpo e,... os pés estão menos doridos...
Acerca de mim
- Adelaide Monteiro
- Sintra/Miranda do Douro, Portugal
- Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.
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