…E,
quando daqui observo os montes
quando daqui observo os montes
a mostrárem em curvas
femininas
as suas cores e contrastes
e os horizontes a
parecerem mar altivo,
guardo nas retinas o
encanto,
de nesse berço um dia
ter nascido.
Guardo na pele os cheiros,
o calor e o frio,
na boca retenho o
sabor a mosto,
no olhar a macieza do
teu verde,
vestido de musgo a crescer
flores nas pedras
do meu nascer.
Fecho a mão
e nela deposito as lembranças
daquilo que de mim fizeste,
doces, amargas,
macias, agrestes...
Tudo!
Tudo és e tudo foste
Sulco, alqueire e palha onde dormi,
lameiro onde chorei i ri,
trilho onde a pele se me queimou,
inferno que as entranhas me gelou,
pão duro e fresco
que o diabo amassou,
flores em ramalhete
que de ti brotou
…
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