Acerca de mim

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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

De lã cardada se fez


 
De lã cardada se fez fio

Do fio se fez novelo

Do novelo teci o vestido

Que me cobriu com desvelo

 

Às vezes naquele rodar

O novelo torce o fio

E cego se dá um nó

Tão difícil de desatar

 

Puxo com força e rebenta

E também rebenta o vestido

Enche-se de nós o fio

Impróprio para restaurar

 

De lã cardada se faz fio

Envolto em nós, o novelo

Já não remendo o vestido

Que me cobriu com desvelo

 

Entra-me tantas vezes o frio

Por causa  daquele rasgar

Que eu me ponho a projectar

A confecção doutro vestido

De lã cardada se fez!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

E há este dia…




Mal me levantei da cama olhei-te fixamente nos olhos a desafiar-te, não para um duelo, pois que de espadachim não entendo, mas antes para te ordenar que te recolhas na tua toca e que não ajudes a fazer mais estragos.
O orvalho não ousa  nascer, as plantas não conseguem crescer e os fogos, esses medram infinitamente como se fugissem de ti.
Confesso que muitas vezes me agradas, quando, à beira mar, observo os castelos que ajudas a formar....

Hoje, aqui no planalto, secas-me o corpo e a alma, tal como fazes às aboboreiras de folhas fechadas, prestes a sucumbir aos teus braços.
Há uma poeira no ar a saltitar à tua frente; há uma secura na terra da horta arreganhando-te os dentes à medida que as gretas lhe nascem à tua passagem. E há este tempo sem chuva, nascentes sequiosas de um beijo molhado, mesmo que seja de nuvem carregada de rugidos e electrificada.
E há este dia em que me levantei cedo e me secou os lábios…

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Cravo

Em português (tradução)

Cravo

Por muita água que te ponha, cravo
Não sou capaz de te tirar um sorriso
Julgo deitar-te o que te chegue d´água
Mas quem sabe, a falta será minha

Tantas vezes te reguei e tu floriste
Abrias de noite e depois sorrias
Dizendo que para mim te abriste
E que o teu florir eram labutas minhas

Em tantas tardes duma cor dourada
Em tanta noite a fazer-se estrelada
Te cheirei cravo, t´acarinhei a pele

Vermelho cravo, volta-me a florir
Que o teu aroma eu volte a sentir
E na boca nasça sabor doce a mel

(Em mirandês)

Crabo

Por muit´ auga que te ponga crabo
Nun sou capaç de te sacar ua risa
Cuido botá-te l que te bonde d´auga
Mas quien sabe, la falta nun será mie

Tanta beç te reguei i tu floriste
Abries pula nuite i apuis sunries
Dezindo-me que para mi abriste
I que l tou florir éran lhabutas mies

An tanta tarde de quelor dourada
An tanta nuite a fazé-se strelhada
Te cheirei crabo, t´acarinei la piel

Burmeilho crabo, torna-me a florir
Que l tou oulor you torne a sentir
I na boca naça, gusto doce a miel

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