Mal me levantei da cama olhei-te fixamente nos olhos a desafiar-te, não para um duelo, pois que de espadachim não entendo, mas antes para te ordenar que te recolhas na tua toca e que não ajudes a fazer mais estragos.
O orvalho não ousa nascer, as plantas não conseguem crescer e os fogos, esses medram infinitamente como se fugissem de ti.
Confesso que muitas vezes me agradas, quando, à beira mar, observo os castelos que ajudas a formar....
Hoje, aqui no planalto, secas-me o corpo e a alma, tal como fazes às aboboreiras de folhas fechadas, prestes a sucumbir aos teus braços.
Há uma poeira no ar a saltitar à tua frente; há uma secura na terra da horta arreganhando-te os dentes à medida que as gretas lhe nascem à tua passagem. E há este tempo sem chuva, nascentes sequiosas de um beijo molhado, mesmo que seja de nuvem carregada de rugidos e electrificada.
E há este dia em que me levantei cedo e me secou os lábios…
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