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Ásperas, gretadas, queimadas
Se tornaram macias
Para me ajudar a nascer
As tuas mãos são magia
Do nada fazendo tudo
Pondo na boca dos filhos
O pão que não têm, para comer
As tuas mãos são carícias
Mesmo que feitas à pressa
Porque depressa tu vives
Sempre, sempre a correr
As tuas mãos são poemas
Que declamas sem saber
Com sensibilidade e força
A força que te faz vencer
As tuas mãos são trabalho
Tanto, tanto e tão diverso
Que as tuas mãos não têm
Tempo para viver
As tuas mãos são tudo.
Nas tuas mãos está tudo, mulher!
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