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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O gelo a derreter

A noite foi fria. Antes das vinte e duas horas já a água estava congelada e, onde a estrada estivesse molhada, os condutores incautos sentiam o carro a fugir-lhes; ao caminhar, os pés escorregavam levando o corpo ao chão ao mínimo descuido. Tivemos que andar com muita precaução em alguns sítios.
Acordei cedo e dirigi-me à janela para verificar se tudo estaria branco. Estava apenas junto ao chão e aparentemente o gelo era pouco. Constatei depois que a geada era medonha, não daquelas ostensivas, mas antes com o gelo acoitado na terra e que por sua causa endureceu.
O sol resplandeceu de luz e calor.
Estou com a janela escancarada para que a sala areje e ao mesmo tempo seque e aqueça, como aquece o lado direito do meu corpo aqui neste ponto onde estrategicamente me sentei. A geada mantém-se nos lugares sombrios à hora em que as badaladas no sino da torre da igreja marcaram o meio dia.
Respira-se silêncio; a betoneira calou-se à hora de almoço, os tractores estão recolhidos porque a terra está ensopada; só de vez em quando se ouve um ou outro pássaro, daqueles pássaros corajosos que enfrentam estes invernos de frio intenso.
As chaminés continuam a expelir fumo, autênticas fábricas de incinerar florestas, para que aqueça o sangue frio a correr nas veias da população idosa que aqui habita.
É altura de dar uma caminhada, o dia convida, as pernas também, para que não fiquem empedernidas precocemente. Os dias curtos têm que ser muito bem aproveitados. Antes de o sol se pôr já o frio começa a entrar no corpo, capaz de congelar qualquer lágrima que se solte e o vapor que sai do nariz, em nuvens brancas.

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