Tem as asas feridas
o pássaro que tão bem planava.
Um vento contrário soprou-lhe
contra o corpo em suspensão,
frio vento a parecer
de tempestade de granizo
e o pássaro de grande porte
de asas brancas, corpo forte
entrou em desiquilíbrio
e estatelou-se no chão.
As penas pesaram-lhe tanto
com o granizo ensopadas
que já nem asas pareciam.
O pássaro de grande porte,
sem forças e em desnorte,
entrou em doloroso pranto
e até os céus ensurdeciam.
.
Fez então descer as patas
para poder chegar a terra,
mas o pobre pássaro cansado
entrou em queda,
desamparado
e contra um rochedo projectado
ficou com as asas presas.
Tentou depois agitá-las
para poder reerguer-se
mas com asas assaz pesadas,
de sangue e granizo molhadas,
não foi capaz de mexer-se.
Está no alto do rochedo
o pássaro de grande porte!...
Mas um dia, o sol brilhará
sangue e água secará
e saindo desse degredo
voltará a ser
pássaro forte...
Acerca de mim
- Adelaide Monteiro
- Sintra/Miranda do Douro, Portugal
- Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.
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Há dias em que somos pássaros feridos e sentimos o mundo desabar... Há dias.
ResponderEliminarMas esta ave de grande porte sabe planar no desassossego e, quando o vento amainar, quero vê-la ganhar asas de infinito.
Às vezes o desaire lança-nos em maravilhosos voos poéticos.
Lindo Delaidica!
Um beisico.
é com voos altos ou estatelado no chão que o poeta melhor sabe poetar.
ResponderEliminarMomentos!!!!!