Ó povo
Como eu queria escrever a verde!
De coração aberto
o faria.
Como te direi que está tudo bem
se há estômagos colados
se os colchões onde gente,
cada vez mais gente se deita
são casas de rua feita
telhadas pelo céu,
e nem sequer o céu é quente?
Onde nos levarão os deuses
de Olimpos em
desordem?
Ó povo,
quem és tu, povo,
nesta Europa em geral?
És escravo e chamam-te livre,
és livre de mãos atadas,
feridas e amordaçadas
por ditadura do capital.
Ó povo em escravidão,
tens a rua por algemas,
o servilismo por capa,
o desemprego por pão…
Ó meu país!
Se o Poeta cá
estivesse
do mar, talvez ele dissesse
Ser de lágrimas e podridão
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