Acerca de mim
- Adelaide Monteiro
- Sintra/Miranda do Douro, Portugal
- Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Mas não! Ninguém
Ah, mundo cruel, como me oprimes!
Ah, poder fingido, como me enganas!
Ah, patrão de milhões, como me ignoras,
me esvazias e me lanças no beco
do desemprego, das desilusões!
Reclamo, dou opinião.
Mas não!
Ninguém me ouve.
Ninguém me vê, é em vão!
Como heras trepei
e agarrando-me ao que de mim restava,
até aos confins do meu ser, lutei;
de mão erguida exigi,... depois implorei.
Mas não!
Ninguém me dá a mão
Ninguém me vê, constatei!
Se soubesses como me sinto só,
no meio de tanta gente!
Sem pressa, caminho apressada
e para não morrer sufocada,
cruelmente esmagada,
sem destino, corro à frente.
Mas não!
Ninguém me vê,
neste mundo indiferente!
Se soubesses como sinto fome
De justiça, de amor, de pão!
Sento-me… e envergonhada,
estendo a mão.
Estendo a mão ainda jovem,
mas demasiado enrugada
para ter outro patrão.
Peço ajuda
Mas não!
Ninguém me vê,
neste mundo cão!
Mas eis que junto os meus pedaços
com a força que me restou
e de mangas arregaçadas,
enfrento tudo e aí vou.
Grito bem alto ao mundo,
ao patrão e ao poder,
meus senhores hei-de vencer
esta batalha, esta luta;
hei-de-me restabelecer
para não voltar a estender,
a mão, a filhos da puta.
Todos irão ver,
Das cinzas, o meu renascer!
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Filhos
Filhos,
frutos da minha flor,
saídos da minha dor,
com força vos lançou ,
vos obrigou ao grito,
e vos emancipou.
Pulmões abertos,
passos incertos,
depois certos,
amparados, libertos.
Filhos,
que só me pertenceram
enquanto permaneceram
no meu ventre.
Assim cresceram,
com obrigações, em liberdade,
em amor, em amizade,
são o meu prolongamento,
a minha eternidade.
Filhos
que eduquei
para um mundo perfeito,
de tolerância, respeito,
de bondade, amizade
e de que não me arrependo.
Com o vosso saber,
vos sabereis defender,
deste mundo horrendo!
quarta-feira, 22 de abril de 2009
É lá que renasces
Cheiras à terra, daquela planura.
Fechas os olhos, partes em viagem
e em sonhos, respiras-lhe a aragem.
Cheiras a tomilho, a flor de giesta
Enrolas-te em ti, escondida folhagem
de estevas, da infância em festa.
Cheiras às arribas e aos seus rochedos,
mistérios e lendas que tão bem descreves,
nos carreiros trilhados, em histórias tão leves.
Fechas os olhos e é lá que te perdes
nas tuas lembranças.
De olhos abertos
é lá que renasces,
em suaves temperanças.
Voltarei a lutar
Caminho nas nuvens
Com os pés descalços
Em viagem vertiginosa
Tenho medo de tombar.
Caminho na neve fofa e fria
Colada aos meus pés
E tenho medo de me afundar.
As minhas mãos tremem
Os meus pés vacilam
E falta-me a coragem
Para continuar.
Atravesso rios secos
Com medo de me afogar.
Insegura, subo montanhas
Com medo de me desorientar
Onde estou, pergunto-me...
O que resta da minha coragem
E porquê não prosseguir viagem?
Por momentos
As minhas águas são assoladas
Por correntes de conflitos
As minhas pérolas são roubadas
De conchas violadas.
Ventos gigantescos rompem
As velas do meu veleiro
E eu, à deriva
Peço ajuda à gaivota
Ao albatroz
Para que me levem nas asas
Me ponham na rota
E me tirem
Este medo atroz.
Ah, este medo…
Este medo que me gela o sangue
Que me tolhe os passos
Me controla a mente
E me impede de continuar!
... Mas amanhã é outro dia!...
Em mim, o sol voltará a brilhar
E eu, determinada
Alegre,firme, renascida,
Voltarei a lutar!...
terça-feira, 21 de abril de 2009
Versos da treta
Pego na caneta
Bato no teclado
Esta grande treta
Não me está a sair
Como planeado
Eu quero escrever
Mas não sou capaz
O que hei-de fazer
Já nada me inspira
E nada me apraz
Inspiração eu peço
Mas ninguém ma dá
Será que não mereço
Ou será que não sei
Onde a musa está
Como não faço nada
Já vou acabar
Com esta charada
Que mais não é
Que morte anunciada
Vou-me já embora
Ponho-me na alheta
Já sem mais demora
Pois estes versos são
Só versos da treta...
Bato no teclado
Esta grande treta
Não me está a sair
Como planeado
Eu quero escrever
Mas não sou capaz
O que hei-de fazer
Já nada me inspira
E nada me apraz
Inspiração eu peço
Mas ninguém ma dá
Será que não mereço
Ou será que não sei
Onde a musa está
Como não faço nada
Já vou acabar
Com esta charada
Que mais não é
Que morte anunciada
Vou-me já embora
Ponho-me na alheta
Já sem mais demora
Pois estes versos são
Só versos da treta...
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Poema sem abrigo
Ah, Poema!
Como eu queria libertar-te
Dessas roupas andrajosas!
Ah, Poema!
Como eu queria dar-te
O pão
A ti
E ao teu irmão!
Vives no mundo
Que não é teu
Despido de letras de esperança
Em sílabas de indiferença.
Dormes em buracos
De livros não lidos
Declamas-te em gritos não ouvidos
És letra de canção não cantada
És resto duma vida amaldiçoada
Ah, Poema!
Junta a tua voz
À de todos os infelizes
Que surgiram
De letras
Deste mundo atroz.
Insurjam-se bem alto
Em voz bem colocada
Comigo
E com todos os poetas
Que vos pariram
E lançaram no asfalto
De rua amaldiçoada
Ah Poema, maltrapilho
Neste mundo de egoísmo
Que não te liberta
Não te dá o pão
Não te dá nada!
sábado, 18 de abril de 2009
E partiu!
Chovia torrencialmente!
Ficou dentro do carro a olhar o mar, como ela gosta.
Não viu as horas nem ao chegar, nem quando foi embora.
Ela não vê as horas; há momentos de felicidade em que não há nenhum relógio capaz de os captar: umas vezes tão pequenos mas que valem uma eternidade, outras , sendo uma eternidade, parecem-nos infinitamente pequenos!...
Aqui ficou, com o corpo preso a uma argola do carro .
A alma, essa começou por perto, enquanto observava o rebentar forte das ondas. Formavam espuma branca quando sacudiam os rochedos e apaixonadamente deitavam-se com a areia.
Depois, perdida no tempo e no espaço, voou numa nuvem, numa nuvem negra.
Que importa se a nuvem é negra e não é uma nuvem de algodão?
Não são as nuvens negras que nos dão a vida e nos refrescam o coração?
E partiu!...
Partiu naquela turbulência tão forte que chegou a ter medo, naquela viagem tão aventureira.
As nuvens negras abriram uma guerra, uma guerra no céu!....
Juntou-se-lhes a outra nuvem, em guerra aberta, numa tempestade tropical sem igual.
Lutou ao seu lado, no meio daqueles trovões e relâmpagos com uma bravura e emoção nunca sentidas.
Às vezes é necessário sentirmos emoções fortes, para que nos possamos sentir vivos!
Em breve a nuvem se desfez em água quente e naquele sonho foi cair na terra vermelha, a ferver, onde já fora imensamente feliz.
Mas voltou!...
Voltou, enrolada em tule branco, como em véu de noiva, naquela nuvem que se formou na terra vermelha.
Levitou.
Juntou-se ao corpo.
Soltou-o da argola.
O corpo sorriu para a alma, como que a dizer:
“ Não precisas de me pedir perdão por me teres deixado sozinho, vai sempre que queiras; eu já estou habituado a que me deixes só, alma sonhadora!...”
Ligou a chave da ignição e despediu-se do mar e daquela praia, onde foi tantas vezes feliz.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
E veio!....
...Diziam-na benvinda!.... E veio!
Fria,tão fria que é capaz de refrescar qualquer mente entorpecida seja qual for a razão do entorpecimento.Não parece a chuva da Primavera a passos largos do Verão.
Apanhei-os de frente, à chuva e ao vento!
O vento forte!... Não consigo ter uma relação amistosa com o vento forte; enlouquece-me,…como me enlouquece a chuva que tapa por completo o vidro do carro e me tira a visão.
O condutor estava atento à condução; eu nem por isso. A minha atenção estava mais centrada na paisagem e nas nuvens que saltitavam entre o brilhante no meio de rajadas de luz e o escuro, quando prenhas de água, bem fundamental à vida.
Com frequência ao longe, pareciam cabelos de cigana que depois da última enxaguadela pingavam para a terra até que o sol viesse, os secasse e carregasse de brilho.
Vi nuvens de algodão a beijar os picos da Serra da Estrela em beijos roubados, entre os raios de sol que por momentos lhes mostrava o caminho da luxúria. Depressa se tornavam negras e a estas sim, a Serra se abria em sorrisos marotos, espera desejada, namoro consentido.
Nas nuvens escrevi, desenhei, pintei, como quem desenha escreve e pinta sonhos, tão ténues, tão etéreos, tão lamentavelmente impossíveis de concretizar, tão… eternamente sonhos!...
No dia em que alguém me retirar a capacidade de sonhar, considerem-me biologicamente viva, mas mentalmente,... irremediavelmente morta!...
terça-feira, 14 de abril de 2009
Olho-me ao espelho
Olho-me ao espelho
e vejo
os vincos dos anos, dos dias
passados com tristezas e alegrias.
Não quero tirar as minhas rugas
e as manchas também não;
elas existem por alguma razão.
São passagens de uma vida,
são amores e desamores,
são uma vida vivida, por vezes
em esperança perdida
e logo renascida.
Olho-me ao espelho
e vejo realidades, segurança e auto-estima;
vejo a esperança que domina
nos dias que correm mais devagar;
vejo os lugares para onde não quero ir
e aqueles onde quero ficar.
Olho-me ao espelho
Sem nostalgias do que perdi e
sem vaidades do que ganhei.
Ganhei calma, perdi beleza
e vejo agora com clareza
que a maior beleza
é a beleza da alma
e estar viva é a maior vaidade.
Olho-me ao espelho, com serenidade!...
domingo, 12 de abril de 2009
Andorinha de asas negras
Andorinha de asas negras
que regressas na primavera
para o beiral
daquela casinha de pedra
com telhado escurecido pelo tempo,
onde mora a velhinha
com os cabelos embranquecidos
pelo saber e pela solidão.
Todas as tardes se senta contigo
para te dizer
que voltes sempre
e para te agradecer
a companhia que lhe fazes.
Andorinha de asas negras,
companheira, mensageira
e de doce coração.
que regressas na primavera
para o beiral
daquela casinha de pedra
com telhado escurecido pelo tempo,
onde mora a velhinha
com os cabelos embranquecidos
pelo saber e pela solidão.
Todas as tardes se senta contigo
para te dizer
que voltes sempre
e para te agradecer
a companhia que lhe fazes.
Andorinha de asas negras,
companheira, mensageira
e de doce coração.
sábado, 11 de abril de 2009
O vento da Semana Santa
…o vento da Semana Santa calou-se! Vá lá que se calou!
Este vento seca-me a pele, encarde-me a alma, deixa-me o coração ressequido, como se fosse caruma no mês de Agosto!
Que me importa que me digam que é o vento da Semana Santa? Não gosto, e pronto!
Não gosto, porque não gosto de vento a uivar e não gosto deste que hoje soprou porque me arrastou precocemente para longe, as flores da cerejeira que tenho em frente à cozinha.
Eu tinha ainda o meu cordão umbilical ligado àquelas flores e está a doer-me por mo terem arrancado à força.
Não gosto eu e não gosta a minha querida Jomba que na sua mente que cadela esperta não percebe a razão daquele tumulto de força e de barulho que lhe causam um remoinho de confusões. Até o pelo brilhante da Jomba fica também seco e arrepiado!
Também o cordão umbilical que a liga à bola e às brincadeiras lhe são arrancados à força, sem dó nem piedade e é empurrada para a casota, em pleno dia. A ela, viciada em bola, em Especiosa e em brincadeira!...
A ela, pobre cadela que nem sabe o que é a Semana Santa!...
É bom ter aliados; nisto eu tenho uma aliada fiel, a minha querida Jomba. Aliás, ela é minha aliada e amiga incondicional. Ela compreende-me melhor do que a maior parte dos humanos!...
Não gostamos de muitas outras coisas, como também não gostamos deste maldito vento, santo ou não!...
Este vento seca-me a pele, encarde-me a alma, deixa-me o coração ressequido, como se fosse caruma no mês de Agosto!
Que me importa que me digam que é o vento da Semana Santa? Não gosto, e pronto!
Não gosto, porque não gosto de vento a uivar e não gosto deste que hoje soprou porque me arrastou precocemente para longe, as flores da cerejeira que tenho em frente à cozinha.
Eu tinha ainda o meu cordão umbilical ligado àquelas flores e está a doer-me por mo terem arrancado à força.
Não gosto eu e não gosta a minha querida Jomba que na sua mente que cadela esperta não percebe a razão daquele tumulto de força e de barulho que lhe causam um remoinho de confusões. Até o pelo brilhante da Jomba fica também seco e arrepiado!
Também o cordão umbilical que a liga à bola e às brincadeiras lhe são arrancados à força, sem dó nem piedade e é empurrada para a casota, em pleno dia. A ela, viciada em bola, em Especiosa e em brincadeira!...
A ela, pobre cadela que nem sabe o que é a Semana Santa!...
É bom ter aliados; nisto eu tenho uma aliada fiel, a minha querida Jomba. Aliás, ela é minha aliada e amiga incondicional. Ela compreende-me melhor do que a maior parte dos humanos!...
Não gostamos de muitas outras coisas, como também não gostamos deste maldito vento, santo ou não!...
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Vestida de Primabera
Do Inverno tirei a boina
Pus uma flor no cabelo
Larguei aquele ar de estroina
Arranjei-me com desvelo
Vesti-me com mantos
De violetas e rosas
Colhi perfume nos campos
Calcei sandálias mimosas
Corri por campos sem fim
Entre tomilhos, giestas
Carquejas, alecrim
Na natureza em festa
Voei com as andorinhas
E com as rolas cantei
Ensaiei o canto do cuco
E com as cegonhas dancei
Saltei por colinas e prados
Alegremente corri
Vestida de Primavera
Em felicidade renasci
Pus uma flor no cabelo
Larguei aquele ar de estroina
Arranjei-me com desvelo
Vesti-me com mantos
De violetas e rosas
Colhi perfume nos campos
Calcei sandálias mimosas
Corri por campos sem fim
Entre tomilhos, giestas
Carquejas, alecrim
Na natureza em festa
Voei com as andorinhas
E com as rolas cantei
Ensaiei o canto do cuco
E com as cegonhas dancei
Saltei por colinas e prados
Alegremente corri
Vestida de Primavera
Em felicidade renasci
quinta-feira, 9 de abril de 2009
O teu poema
Quero esculpir-te com as palavras
Para te escrever
Passo a mão levemente
Pelos contornos perfeitos do teu rosto
Pelo cheiro do teu corpo
E as palavras saltitam em rios de ternura
Desaguando num mar de calmaria
Mas as palavras não chegam para te escrever
A caneta é demasiado leve para te esculpir
As sonatas não têm voz para te cantar
E a mim não me chega a fantasia
Para com pobres versos te elevar
Pedi à musa inspiração
Mas ela disse-me que não!
Pedi à lua em luar de Agosto
A luz para me inspirar
Mas ela disse-me que não!
Então, só e triste
Refugiei-me na simplicidade
Das letras que me afloram
À alma e ao coração
Para te oferecer este poema
Este poema que saiu da minha mão
Trémula, frágil, quase fria
Este poema que não é escultura
Que não é sonata
E que da lua não herdou magia…
É só um simples poema
O meu poema, o teu poema!
Para te escrever
Passo a mão levemente
Pelos contornos perfeitos do teu rosto
Pelo cheiro do teu corpo
E as palavras saltitam em rios de ternura
Desaguando num mar de calmaria
Mas as palavras não chegam para te escrever
A caneta é demasiado leve para te esculpir
As sonatas não têm voz para te cantar
E a mim não me chega a fantasia
Para com pobres versos te elevar
Pedi à musa inspiração
Mas ela disse-me que não!
Pedi à lua em luar de Agosto
A luz para me inspirar
Mas ela disse-me que não!
Então, só e triste
Refugiei-me na simplicidade
Das letras que me afloram
À alma e ao coração
Para te oferecer este poema
Este poema que saiu da minha mão
Trémula, frágil, quase fria
Este poema que não é escultura
Que não é sonata
E que da lua não herdou magia…
É só um simples poema
O meu poema, o teu poema!
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Primavera sensual
Está tudo em delicioso namoro
Nesta linda temporada
Cheia de flores e de pólenes
Onde abelhas sem decoro
Se enroscam se tocam e amam
Sem se importarem por nada
O Cupido anda à solta
No beiral das andorinhas
E nos ninhos das cegonhas
Ouvem-se belas ladainhas
A matracarem com os bicos;
Para quê sentir vergonhas?
A natureza ávida de vida
Na Primavera, a estação do amor
As ervas ficam à cata
Para ter espaço de saída
As plantas rebentam em flor
Anda aqui um rouxinol
De mansinho a cortejar-me
Na vedação do jardim
A planar ele fica a olhar-me
Enamoramento doce de jasmim
Não faço nada nem resisto
A esse olhar penetrante
Que ele continua a ter
O rouxinol cantante
É atraente a valer
E na sedução
Tudo pode acontecer
Pediste-me um poema
Pediste-me um poema
Que fosse luz, ternura
Que fosse amizade, candura
Vasculhei
E nas bielas do meu ser
Encontrei sentimentos
Para o escrever
Compilei letras
Formei palavras
De alegria e doçura.
Fiz um poema
Flor de açucena, candura
Pediste-me um poema
Que tivesse estrelas, alegria
Que tivesse lua
Cheia de magia
Compilei luz
Em constelações
E com elas formei
Muitos corações
Procurei laços
Para o enfeitar
Coloquei voz doce
Para o declamar
Pedi à brisa fresca
Para to entregar
sábado, 4 de abril de 2009
Feno Seco
Procuro no lameiro de feno alto,
sementes por fecundar;
de primaveras, lírios,
fel da terra, gladíolos,
para comigo levar.
Procuro no lameiro de erva fresca
acabada de cortar,
os cheiros que me inebriam
os sentidos e me enternecem;
quero nele rebolar,
de verde a roupa pintar.
Procuro no lameiro de fenos secos,
o tempo que um dia ganhei,
em sonhos e devaneios,
em êxtases e anseios,
de quimeras que ousei.
Quando tudo ou nada
me restar,
voltarei a ti, feno seco.
Deito-me no teu colchão,
que importa se fofo ou não,
para em ti descansar,
feno seco, acariciar.
sementes por fecundar;
de primaveras, lírios,
fel da terra, gladíolos,
para comigo levar.
Procuro no lameiro de erva fresca
acabada de cortar,
os cheiros que me inebriam
os sentidos e me enternecem;
quero nele rebolar,
de verde a roupa pintar.
Procuro no lameiro de fenos secos,
o tempo que um dia ganhei,
em sonhos e devaneios,
em êxtases e anseios,
de quimeras que ousei.
Quando tudo ou nada
me restar,
voltarei a ti, feno seco.
Deito-me no teu colchão,
que importa se fofo ou não,
para em ti descansar,
feno seco, acariciar.
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