Acerca de mim
- Adelaide Monteiro
- Sintra/Miranda do Douro, Portugal
- Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.
sábado, 18 de abril de 2009
E partiu!
Chovia torrencialmente!
Ficou dentro do carro a olhar o mar, como ela gosta.
Não viu as horas nem ao chegar, nem quando foi embora.
Ela não vê as horas; há momentos de felicidade em que não há nenhum relógio capaz de os captar: umas vezes tão pequenos mas que valem uma eternidade, outras , sendo uma eternidade, parecem-nos infinitamente pequenos!...
Aqui ficou, com o corpo preso a uma argola do carro .
A alma, essa começou por perto, enquanto observava o rebentar forte das ondas. Formavam espuma branca quando sacudiam os rochedos e apaixonadamente deitavam-se com a areia.
Depois, perdida no tempo e no espaço, voou numa nuvem, numa nuvem negra.
Que importa se a nuvem é negra e não é uma nuvem de algodão?
Não são as nuvens negras que nos dão a vida e nos refrescam o coração?
E partiu!...
Partiu naquela turbulência tão forte que chegou a ter medo, naquela viagem tão aventureira.
As nuvens negras abriram uma guerra, uma guerra no céu!....
Juntou-se-lhes a outra nuvem, em guerra aberta, numa tempestade tropical sem igual.
Lutou ao seu lado, no meio daqueles trovões e relâmpagos com uma bravura e emoção nunca sentidas.
Às vezes é necessário sentirmos emoções fortes, para que nos possamos sentir vivos!
Em breve a nuvem se desfez em água quente e naquele sonho foi cair na terra vermelha, a ferver, onde já fora imensamente feliz.
Mas voltou!...
Voltou, enrolada em tule branco, como em véu de noiva, naquela nuvem que se formou na terra vermelha.
Levitou.
Juntou-se ao corpo.
Soltou-o da argola.
O corpo sorriu para a alma, como que a dizer:
“ Não precisas de me pedir perdão por me teres deixado sozinho, vai sempre que queiras; eu já estou habituado a que me deixes só, alma sonhadora!...”
Ligou a chave da ignição e despediu-se do mar e daquela praia, onde foi tantas vezes feliz.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário