Acerca de mim
- Adelaide Monteiro
- Sintra/Miranda do Douro, Portugal
- Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Já nem sei
Tanto tempo se passou, tantas canseiras, tantas ponderações, tantas asneiras, tantos desgostos, tantas alegrias, tantas marcas, tantas montanhas galgadas, tantas quedas nos vales profundos desenhadas em vincos do rosto.
AH! Primavera, quem me dera ter-te de volta para me empurrares o Outono pardacento...
Qual serenidade do Outono, qual maturidade no agir!
Falta-me a força, a paixão está a secar, a pele retesa-se, o corpo encarquilha-se, a alma desalenta-se, os passos perdem-se, o vento sibila a anunciar o Inverno...
Etiquetas:
em Agosto de 74 com 25 anos,
Em Moçambique
domingo, 26 de setembro de 2010
...o espelho das tuas vaidades
Vives do charme somado no teu sorriso, fruto de markting, preciso, certeiro, tão certeiro como golpe de bisturi num corpo anestesiado.
O mundo a teus pés!!! Julgas tu, no auge da imbecilidade de que te vestes.
Fazes do horizonte o espelho das tuas vaidades sem te lembrares quão frágil é a linha que separa o céu da terra.
No auge da tua quimera, uma trovoada cairá sobre a terra, o horizonte será engolido por uma nuvem negra e, a alta temperatura dos raios fundirá o vidro do espelho...
Mostrar-se-á o monstro com o sorriso amarelo de Adamastor...
O mundo a teus pés!!! Julgas tu, no auge da imbecilidade de que te vestes.
Fazes do horizonte o espelho das tuas vaidades sem te lembrares quão frágil é a linha que separa o céu da terra.
No auge da tua quimera, uma trovoada cairá sobre a terra, o horizonte será engolido por uma nuvem negra e, a alta temperatura dos raios fundirá o vidro do espelho...
Mostrar-se-á o monstro com o sorriso amarelo de Adamastor...
Vazia
Tenho a mão vazia
Aberta
Como pedinte
Sem esmola.
Prostrada
Inerte
Dos gestos
De despedida
Doem-me os dedos
De tão cansados
Dói-me a alma
De tão aberta
Dói-me a mão
De tão vazia...
Aberta
Como pedinte
Sem esmola.
Prostrada
Inerte
Dos gestos
De despedida
Doem-me os dedos
De tão cansados
Dói-me a alma
De tão aberta
Dói-me a mão
De tão vazia...
domingo, 19 de setembro de 2010
Hei-de...
Chegas-me Outono
a saber a Setembro,
a despedir-me
dos estios grávidos de luz,
que me bronzeiam a pele desnuda.
Chegas-me Outono
em coisas perdidas,
na incerteza dos dias,
incerta a vida,
incerto o Inverno...
Sorvo-te Outono,
sôfrega,
enquanto o meu corpo é dia,
noite o meu sonho,
enquanto no meu regaço
couberem as folhas
que se me desprendem do manto.
Hei-de deleitar-me
com as aves últimas,
sobreviventes à queda da folha,
molhadas pelas primeiras chuvas
e resistindo aos crepúsculos.
Hei-de aconchegar-me ao Inverno,
sentindo as cores do Outono...
a saber a Setembro,
a despedir-me
dos estios grávidos de luz,
que me bronzeiam a pele desnuda.
Chegas-me Outono
em coisas perdidas,
na incerteza dos dias,
incerta a vida,
incerto o Inverno...
Sorvo-te Outono,
sôfrega,
enquanto o meu corpo é dia,
noite o meu sonho,
enquanto no meu regaço
couberem as folhas
que se me desprendem do manto.
Hei-de deleitar-me
com as aves últimas,
sobreviventes à queda da folha,
molhadas pelas primeiras chuvas
e resistindo aos crepúsculos.
Hei-de aconchegar-me ao Inverno,
sentindo as cores do Outono...
sábado, 18 de setembro de 2010
Sien tropicones,...siempre!
Ontem comemorou-se o dia da língua mirandesa. Em homenagem à minha primeira língua deixo aqui este texto.
Calhórun-se ls paixaros, las águilas de las arribas parórun sou bolo ne l alto de l cielo, l´auga de l riu parou de correr, las árboles cerrórun sues fronças, ls grilhos i ls ranacalhos çquecírun sous cantos, l sol scundiu-se atrás de nubres, la lhuna deitou-se cedo, las streilhas cerrórun ls uolhos ne cielo húmado...
Todo parou para que se acendíssen belas i se cumemorásse l die an que ua lhéngua zorra fui aporfelhada por sou pai.
Naquel die, eimocionou-se cun l pormeiro abraço...
Tamien onte l caírun lhágrimas cara abaixo cun ls poemas que l dedicórun, las cantigas que l cantórun, cun las risas, cun ls sonidos que yá eran de la sue giente, cun ls recoincimientos feitos a quien por eilha perdiu nuites i dies i anhos...
Eimocionou-se quando un fidalgo que nunca l´habie falado, la arremedou an sou çcurso…
I que bien la arremedou, i que afouto fui an sou ampeço de fala al pie de tanta giente que siempre la falou i agora la scribe...
I falou de ti, siempre de ti i de todos ls porjetos que naçírun para que tu medres…
Calhou-se l Praino, les reloijos parórun naquel ouditório, calhou-se la nuite para oubir la música que saliu de tues antranhas atrabeç la çanfona, la rabeca, la gaita de foles, la fraita, l bombo, l rialeijo, la caixa.
Cantórun ls moços i,... ancantórun.
Cantórun ls ninos cun l feturo, afinados.
Apuis, acendimos-te mais uns fachucos para que camines sien tropicones,… siempre!...
Calhórun-se ls paixaros, las águilas de las arribas parórun sou bolo ne l alto de l cielo, l´auga de l riu parou de correr, las árboles cerrórun sues fronças, ls grilhos i ls ranacalhos çquecírun sous cantos, l sol scundiu-se atrás de nubres, la lhuna deitou-se cedo, las streilhas cerrórun ls uolhos ne cielo húmado...
Todo parou para que se acendíssen belas i se cumemorásse l die an que ua lhéngua zorra fui aporfelhada por sou pai.
Naquel die, eimocionou-se cun l pormeiro abraço...
Tamien onte l caírun lhágrimas cara abaixo cun ls poemas que l dedicórun, las cantigas que l cantórun, cun las risas, cun ls sonidos que yá eran de la sue giente, cun ls recoincimientos feitos a quien por eilha perdiu nuites i dies i anhos...
Eimocionou-se quando un fidalgo que nunca l´habie falado, la arremedou an sou çcurso…
I que bien la arremedou, i que afouto fui an sou ampeço de fala al pie de tanta giente que siempre la falou i agora la scribe...
I falou de ti, siempre de ti i de todos ls porjetos que naçírun para que tu medres…
Calhou-se l Praino, les reloijos parórun naquel ouditório, calhou-se la nuite para oubir la música que saliu de tues antranhas atrabeç la çanfona, la rabeca, la gaita de foles, la fraita, l bombo, l rialeijo, la caixa.
Cantórun ls moços i,... ancantórun.
Cantórun ls ninos cun l feturo, afinados.
Apuis, acendimos-te mais uns fachucos para que camines sien tropicones,… siempre!...
terça-feira, 14 de setembro de 2010
DÓCIL NAUFRÁGIO (Poema de Stérea)
Salga-me a carne o mar que navego,
Caustica-me a alma o vento à deriva
E gaivotas gementes mergulham-me os olhos,
Perdidos na linha onde pesco horizontes...
E as vagas embalam-me,
E o barco é meu berço,
Entrego-me, esqueço...
Salpicam-me os olhos gotas de tormenta,
Fustiga-me a esperança a vela rasgada,
E os risos disformes das nuvens em ânsia
Agitam o ventre do silêncio incontido...
E as vagas embalam-me,
E o barco é meu berço,
Entrego-me, esqueço..
Cerra-me o círculo uma praia sem terra,
Atinge-me o golpe do naufrágio que mina
As areias dóceis do meu abandono,
E as gaivotas pousam, em preces aladas..
Aladas de branco,
Aladas de paz,
Que a espuma, de raiva, desfaz...
E as vagas embalam-me,
E o barco é meu berço,
Entrego-me, esqueço...
Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=119819#ixzz0zXaQZXwc
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
Caustica-me a alma o vento à deriva
E gaivotas gementes mergulham-me os olhos,
Perdidos na linha onde pesco horizontes...
E as vagas embalam-me,
E o barco é meu berço,
Entrego-me, esqueço...
Salpicam-me os olhos gotas de tormenta,
Fustiga-me a esperança a vela rasgada,
E os risos disformes das nuvens em ânsia
Agitam o ventre do silêncio incontido...
E as vagas embalam-me,
E o barco é meu berço,
Entrego-me, esqueço..
Cerra-me o círculo uma praia sem terra,
Atinge-me o golpe do naufrágio que mina
As areias dóceis do meu abandono,
E as gaivotas pousam, em preces aladas..
Aladas de branco,
Aladas de paz,
Que a espuma, de raiva, desfaz...
E as vagas embalam-me,
E o barco é meu berço,
Entrego-me, esqueço...
Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=119819#ixzz0zXaQZXwc
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
A planta da amizade
Visitei-te envolta em saudade
A ti amiga de longas batalhas
Que construíram a amizade
Em alicerces de fortes muralhas.
Hoje
Ao separa-nos
Prometemos não estar
Tanto tempo sem nos ver
Para que mais vezes
Os nossos olhos reguem
A planta da amizade...
Cumpramos a promessa,
A pretexto dum café
E um copo d´água talvez
Bebidos sem pressa...
.
A ti amiga de longas batalhas
Que construíram a amizade
Em alicerces de fortes muralhas.
Hoje
Ao separa-nos
Prometemos não estar
Tanto tempo sem nos ver
Para que mais vezes
Os nossos olhos reguem
A planta da amizade...
Cumpramos a promessa,
A pretexto dum café
E um copo d´água talvez
Bebidos sem pressa...
.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Na insustentabilidade…
Poderia dizer-vos quem fui, quem quero ser, mas nesta hora, neste momento em que escrevo, existe o agora e agora nada mais sou que as letras que aqui deixo, neste canto de casa, nesta esquina de folha branca transformada num écran frio e incapaz de vos fazer chegar o meu perfume, de vos mostrar as lágrimas nas manchas marcadas pela tinta esborratada no papel, de vos fazer sentir a macieza do papel de seda, de vos fazer chegar o som das folhas a passar entre os dedos, uma atrás da outra, com as letras voltadas para a mão esquerda porque só assim ficarão organizadas para meter no envelope.
Aqui, neste grão de areia onda me sento, sou o que ficou do poema que o poeta me dedicou. Li-o e reli-o, virei-o e virei-me do avesso e a ele de pernas para o ar, para ver se lhe interpretava todas as metáforas. Parei na última... e não consegui!...
Com as mãos a tremer deixei cair o poema ao rio, lá em baixo, na parte em que as escarpas são intransponíveis. Lá se foi o poema com a metáfora virgem onde a minha alma não foi capaz de entrar.
Fugiu-me com o que resta de mim, metido numa metáfora que a água do rio esborratou e que jaz algures no fundo do mar, envolto em algas verdes, embalado por cada balancear das ondulações até que um dia saia, agarrado a um remo de um pescador.
Hei-de deter-me na insustentabilidade da derradeira metáfora, sentada numa sílaba do poema!
Aqui, neste grão de areia onda me sento, sou o que ficou do poema que o poeta me dedicou. Li-o e reli-o, virei-o e virei-me do avesso e a ele de pernas para o ar, para ver se lhe interpretava todas as metáforas. Parei na última... e não consegui!...
Com as mãos a tremer deixei cair o poema ao rio, lá em baixo, na parte em que as escarpas são intransponíveis. Lá se foi o poema com a metáfora virgem onde a minha alma não foi capaz de entrar.
Fugiu-me com o que resta de mim, metido numa metáfora que a água do rio esborratou e que jaz algures no fundo do mar, envolto em algas verdes, embalado por cada balancear das ondulações até que um dia saia, agarrado a um remo de um pescador.
Hei-de deter-me na insustentabilidade da derradeira metáfora, sentada numa sílaba do poema!
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Quem sabe!!!
“Aceno com a mão frágil do meu destino. Aceno ao embaixador para os refugiados, um homem que há-de fazer com que eu dia seja médico. Hei-de ser, juro que hei-de ser...
É um homem bom, só pode ser um homem bom, aquele que vem a este fim do mundo, mundo de guerra, de violações, de sangue. Assim ele pudesse levar-me daqui... Eu sei que não verei a minha mãe, o meu pai, os meus irmãos, não, não verei ninguém. As balas trespassaram os seus corpos famintos, eu vi, e eu fingi que não via, para que também eu parecesse morto e uma bala bão me entrasse no corpo.
Depois trouxeram-me para este campo onde a violência espreita em cada esquina, nesta escuridão da noite interminável, porque a noite aqui se prolonga pelo dia, noite escura de violações feita, de sangue tecida.
Hei-se ser médico, eu sei. Agora que a luz me chega ao meu canto durante umas horas sempre que eu pique o ponto na escola, já posso estudar todos os dias até altas horas.
Hei-de ser médico! Agora que a luz eléctrica me entra pela noite eu juro que serei…”
Poderá ser isto o sentimento daquele menino do Sudão, um menino desta realidade macabra, onde Darfur é mais um lugar do mundo onde há milhares de órfãos com sonhos, eu diria, na sua maioria utopias, milhares sem eles sequer, onde nem há certezas quanto à sua sobrevivência.
Todos os dias cresce o número de meninos a precisar de um médico e dum bocadinho de amor e dignidade...
Que se cumpra o sonho!
Tocou-me este menino com toda aquela capacidade de sonhar, apesar de viver em condições hostis, fugido duma guerra fraticida e vivendo noutra não menos guerra...
É um homem bom, só pode ser um homem bom, aquele que vem a este fim do mundo, mundo de guerra, de violações, de sangue. Assim ele pudesse levar-me daqui... Eu sei que não verei a minha mãe, o meu pai, os meus irmãos, não, não verei ninguém. As balas trespassaram os seus corpos famintos, eu vi, e eu fingi que não via, para que também eu parecesse morto e uma bala bão me entrasse no corpo.
Depois trouxeram-me para este campo onde a violência espreita em cada esquina, nesta escuridão da noite interminável, porque a noite aqui se prolonga pelo dia, noite escura de violações feita, de sangue tecida.
Hei-se ser médico, eu sei. Agora que a luz me chega ao meu canto durante umas horas sempre que eu pique o ponto na escola, já posso estudar todos os dias até altas horas.
Hei-de ser médico! Agora que a luz eléctrica me entra pela noite eu juro que serei…”
Poderá ser isto o sentimento daquele menino do Sudão, um menino desta realidade macabra, onde Darfur é mais um lugar do mundo onde há milhares de órfãos com sonhos, eu diria, na sua maioria utopias, milhares sem eles sequer, onde nem há certezas quanto à sua sobrevivência.
Todos os dias cresce o número de meninos a precisar de um médico e dum bocadinho de amor e dignidade...
Que se cumpra o sonho!
Tocou-me este menino com toda aquela capacidade de sonhar, apesar de viver em condições hostis, fugido duma guerra fraticida e vivendo noutra não menos guerra...
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
O verde orvalhado
Rumo ao mar no verde dos teus olhos
e lá me detenho sem dar conta
de que o mundo freneticamente corre.
Lá vejo ondas que me massajam os sentidos,
apanho búzios para os pôr nos ouvidos
quando longe eu te quero,
encostando ao rosto as carícias bejes de madrepérola.
À vezes pressinto nos teus olhos cardumes tristes,
perdidos no labirintos das algas,
a fugir da luz
para se esconderem nas profundezas dos corais.
E lá ficam,
a mirrar de fome e sede,
nesse mar de flor de sal,
reluzente como mica.
Depois,
olhas-me com a leveza das flores,
com a profundidade dos veios das montanhas,
e brotas na nascente
a tremer de pressa...
O verde dos teus olhos é de erva orvalhada
no lameiro dos meus desejos...
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Isto doi!!!
Preciso que os passos que caminho superem aqueles em que fico estática.
O meu espírito agita-se, trabalha constantemente, cria, cria tanto! Ah, se estas mãos inertes e este corpo cansado pelo cair da folha me acompanhassem o espírito, então a minha casa seria um museu de arte contemporânea e um celeiro atafulhado de letras.
Porque será que as pessoas se enganam tanto quando dizem da sorte dos outros quando vêm o fruto da sua criação??!!
“Que sortuda que tu és que passas o tempo a fazer aquilo que gostas!!!”
Se soubesses meu amigo o quanto custa parir este monstro que ando a gerar em imaginação, dias sem conta!
Se esta mente que me cansa de tanto se agitar desse ordens aos braços e às mãos para que se agitassem e se desfizessem em ritmos esquizofrénicos de pincéis e tintas, numa explosão de cor e poesia, então eu não teria casa ou rua ou bairro, onde coubessem as minhas suadas loucuras.
Espasmos, ameaças de aborto, desejo de suspender a gravidez, vontade de ter gémeos, desejo ardente de fecundar arte num antro de pecado,… tudo isto já sentiu quem alguma vez ousou criar.
Mas a dilatação é tão dolorosa!...
O meu espírito agita-se, trabalha constantemente, cria, cria tanto! Ah, se estas mãos inertes e este corpo cansado pelo cair da folha me acompanhassem o espírito, então a minha casa seria um museu de arte contemporânea e um celeiro atafulhado de letras.
Porque será que as pessoas se enganam tanto quando dizem da sorte dos outros quando vêm o fruto da sua criação??!!
“Que sortuda que tu és que passas o tempo a fazer aquilo que gostas!!!”
Se soubesses meu amigo o quanto custa parir este monstro que ando a gerar em imaginação, dias sem conta!
Se esta mente que me cansa de tanto se agitar desse ordens aos braços e às mãos para que se agitassem e se desfizessem em ritmos esquizofrénicos de pincéis e tintas, numa explosão de cor e poesia, então eu não teria casa ou rua ou bairro, onde coubessem as minhas suadas loucuras.
Espasmos, ameaças de aborto, desejo de suspender a gravidez, vontade de ter gémeos, desejo ardente de fecundar arte num antro de pecado,… tudo isto já sentiu quem alguma vez ousou criar.
Mas a dilatação é tão dolorosa!...
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