Acerca de mim

A minha foto
Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Nem sei porque te escrevo

Escrevo-te, porque aqui onde estou nada mais sou capaz de fazer, enroscada no frio que trespassa os ossos e me imobiliza os músculos; escrevo-te, porque mais nada tenho com que chame o sono ou quiçá mais não saiba fazer a esta hora.
Escrevo-te no silêncio da madrugda quandos os olhos se debatem contra os rituais contrariando o deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer, pestanejando frenéticos e estouvados que outra coisa não são, nesta teimosia de noctívagos penetrando a noite, vencendo medos, encetando conversas sob nuvens de fumo de cigarro e vapores de álcool.
Vai mais un copo, quiçá un charuto, um charro, olhos raiados de sangue e de cansaço, sôfregos de loucura e boémia, olhos que penetram na madrugadas tal qual chacais.
Escrevo-te na tertúlia dos solitários, daqueles que declamam para um grupo imaginário, ouvem, batem palmas, rasgam os poemas escritos à pressa e os deitam ao caixote dos lixo em minúsculos pedacinhos, para que, no dia seguinte deles não guardem sons, letras, rimas e deles não se envergonhem.
Escrevo-te no eco dos meus pés, quando sentada ensaio um passo de dança ao som da música e bato com eles na tejoleira e no bater seco das teclas, quando os dedos sedentos de aventura se deixam embalar neste balanceado entre letras, palavras e frases que nada dizem.
Escrevo-te porque sim ou escrevo-me a mim própria, para que eu própria sinta que aqui estou a horas mortas, em debates de vai dormir e os olhos e os dedos a desobedecerem.
Escrevo-te e nem eu mesma sei porque te escrevo, noite, madrugada...

Sem comentários:

Enviar um comentário

Seguidores

Arquivo do blogue