Esperneio as palavras,
empurro-as contra a parede,
para definir-me;
quero corrigir-me,
mas as palavras
remetem-se ao silêncio,
nada me dizem.
empurro-as contra a parede,
para definir-me;
quero corrigir-me,
mas as palavras
remetem-se ao silêncio,
nada me dizem.
Porque serei eu aquilo
que não quero
e trilho
os caminhos gretados,
pés descalços,
cansados?!!
pés descalços,
cansados?!!
Porquê que
quando quero,
a seguir não quero,
porque não devo?!!
a seguir não quero,
porque não devo?!!
Porquê que
o poder da razão
se sobrepõe
se sobrepõe
à leveza do coração
e o faz sangrar perdido
desvanecido,
golpeado de morte,
entregue à sua sorte?!!
e o faz sangrar perdido
desvanecido,
golpeado de morte,
entregue à sua sorte?!!
Agito as palavras
num frenesim de loucura,
numa ânsia de afogado,
mas as palavras,
fechadas em clausura,
em pacto com o não querer
que me aprisiona
e não me deixa ser,
remetem-se ao silêncio,
a este silêncio...
ao meu silêncio,
o silêncio das palavras.
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