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Solto-me do meu cais,
envolvo-me nos teus rubros e dourados,
cubro-me com as folhagens do tempo,
ausente te contemplo
e contigo sou brisa, ventania,
calor e invernada.
Às vezes sou música que te anima,
outras,
sou a solidão que cresce nos apeadeiros
duma linha sem comboios.
Contigo quero chamar-me esperança,
renhida luta,
insistente luta, feroz...
Luta com as imagens que me ocupam,
a saudade faz-se rio...
Quero uma foz para esse rio,
de modo a que o caudal não cresça...
O mar está longe
e a foz,
é uma lagoa pantanosa
onde a água,
devagar, tão devagar, vai indo...
Visto-me de folhas de carvalho e freixo
quando o vento as leva,
ao aconchego
onde me deito,
refúgio adoçado pela brisa,
onde me escondo
das neblinas dos meus dias,
e, nesse aconchego,
sou esperança, descrença,
sou ermo, multidão;
sou tudo,...
e não sou nada!...
Sou herói duma batalha;
poeiras de uma estrela cadente
que se despenha, se espalha;
um minúsculo grão de areia,
que se escapa dos demais!!!....
Visto-me de tudo e de nada,
neste cosmos,
...solta do meu cais.
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