Acerca de mim

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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Queria ver maio


Queria olhar para ti e ver maio,
em vez dum retrato a queimar-me as retinas,
a arrepanhar-me as entranhas.

Ó maio, maio!
Porque não me disseste
que haveria flores
que eu pensava que eram flores,
doçura extrema em seu néctar
e afinal em vez de néctar,
maio,
deste-me amargo de giestas
cujo mel me envenenou
e o enxame dizimou!?


Queria olhar para ti e ver agosto,
quente, claro,
colheita farta,
celeiro cheio,
sombras de freixos frescas
a refrescar os meus pés,
mas maio quando para mim olhas,
em vez de flores vejo imagens
de besouro mal cheiroso.

Ó Agosto,!
porque nunca me segredaste
que para além dos meus pés
toda a seara me ardia,
e que à eira não chegaria!?

Quero olhar para a frente,
em direcção ao infinito,
mas os meus passos são gritos,
ecos de um tempo de uivos
dum inverno de geada.  
Maio,
porque não me trouxeste flores
que não secássem na jarra?!

Há momentos
em que d´abril eu faço maio,
de dezembro faço agosto,
para logo a seguir nem sequer ser capaz
de ouvir o rouxinol pousado
nos meus ramos,
da árvore a cobrir-me o telhado
dos meus ombros assaz gastos.

Queria olhar para ti e ver Agosto,
queria olhar para maio
sem que em abril eu ouvisse
a ave a piar desgosto.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Aleluia a qualquer hora

Quantas vezes quero criar imagens difusas
a caminhar para o esquecimento
mas a grafite
a cada passo
vinca de novo o traço
e há uma laje que se abre
ainda que não seja Páscoa.

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