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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

sábado, 8 de agosto de 2015

Violetta


Constato
que nunca te escrevi um poema.
Como poderão as letras deslizar
no rio das minhas mãos,
se tu és rio,
és fonte,
és água a correr cristalina,
delta a afogar-se no mar.
Como poderia a caneta,
em branco papel deslizar,
se tu és feita de seda,
veludo,
cambraia,
linho acabado de lavar.
Como poderia eu escrever-te um poema,
se tu própria és um poema!?
No teu olhar há métrica,
cadência no teu andar,
há rima nos teus abraços,
há lua no teu brincar.
Como poderei escrever-te um poema
se tu és a minha antologia!?
8.08.2015

domingo, 2 de agosto de 2015

Secou


Passou por entre os dedos
Por entre os fios dos cabelos
Voou com a brisa
Antes que poisasse nos dias
Em que a fagulha acesa
Podia incendiar os risos
 

Calaram as pontas dos dedos
Cegaram os poemas
Secaram as fontes
Choraram os montes

 

Procuro água





Ouve o sussurro da sede
a crescer no meu peito,
logo que acordo
e quando me deito!

Não sei se os sonhos
beberão em fontes
enquanto dormem.
Mas como podem beber em fontes
se acordam com os lábios secos?!

Procuro água,
uma gota que seja,
deixada pelo orvalho
numa folha tenra.
O sol sorveu-a!

Secou o poço
no seu ventre seco,
a terra tem os pés gretados,
as vestes desbotadas,
a pele a descamar.

Procuro água,
que mais não seja
pra pôr os sonhos
a demolhar...

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