Constato
que nunca te escrevi um poema.
Como poderão as letras deslizar
no rio das minhas mãos,
se tu és rio,
és fonte,
és água a correr cristalina,
delta a afogar-se no mar.
Como poderia a caneta,
em branco papel deslizar,
se tu és feita de seda,
veludo,
cambraia,
linho acabado de lavar.
Como poderia eu escrever-te um poema,
se tu própria és um poema!?
No teu olhar há métrica,
cadência no teu andar,
há rima nos teus abraços,
há lua no teu brincar.
Como poderei escrever-te um poema
se tu és a minha antologia!?
8.08.2015
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