Acerca de mim

A minha foto
Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Para ti pai


Desculpa pai por ontem nada te ter deixado aqui. Andei a embalar um menino, o Mirandês, por terras de Estremoz.


Nas memórias das savanas

Nas memórias das savanas...
Procuro-nos e nada encontro.

Procuro no vermelho do sol
Nas florestas e queimadas
Algo que me leve a ti
Nadas que me levem a nós

Onde estou
Que não te encontro
Onde vou
Que nem eu sei
Que caminho foi
O que trilhei.

As imagens estão esbatidas
As memórias desbotadas
As fogueiras apagadas
Dos caminhos nada sei.

Nas memórias do cacimbo
Procuro-te e não te vejo
Envolta na areia do mar
À noite mais ao fresquinho
Procuro-te nesse luar.

Procuro-me nas tuas histórias
Que tinhas para me contar
Tantas inacabadas
Em suspiros dum olhar…

Onde estou eu
Na história que não acabaste
Quando de súbito paraste…

II


Se ao menos estivesses aqui!

Deixaste-me uma mensagem escrita
numa folha de papiro
lá no meio do pântano.
Para mim o pântano é intransponível
e à mensagem nunca chegarei.
Chegavas tu,
porque de ousadia e força,
a natureza te dotou.
E eu o que sou?
Uma teia de aranha,
onde desenhei sonhos com toques leves
desfeita pelas bolas de granizo.

Se ao menos tu estivesses aqui
para reparares o rombo nas sedas!

Se ao menos aquela lágrima peregrina
que te desceu derradeira
tivesse caído nas minhas mãos!
Nelas passaria a língua para,
com o sal restabelecer as minhas forças.

Deixaste-me trilhos nas savanas
onde os teus pés deram ais.
O capim cresceu
e, dos teus trilhos nem sinais.

Resta-me o resto de gin,
no fundo da garrafa,
a evaporar aos poucos,
aquele que por falta de tempo

nos sobrou.

Resta-me a lembrança do teu olhar doce
a amenizar o trilho por entre tojos e silvas.
Se ao menos tu estivesses aqui!...

quarta-feira, 12 de março de 2014

Sem a minha canção

Olha!
Há primavera lá fora,
há flores a abrir,
terra a parir,...
indiferentes
à falta de palavras no poema

Olha a margaça a falar com a papoila,
o lírio a abraçar a rosa,
a urze a beijar a giesta,
a violeta a crescer na fresta
e a sorrir para os picos de tojo,
indiferente ao picar.

Uma aqui, outra ali,
algumas ou em multidão,
misturam aromas,
desabafam queixumes,
partilham alegrias e prantos
e,
quando de cortinas abertas
olho através da vidraça,
vejo que sem a minha canção,
em harmonia elas nascem,
crescem,
murcham e morrem
sem sentirem solidão

Seguidores

Arquivo do blogue