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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

domingo, 3 de maio de 2009

Naquele deserto, onde jaz


À tristeza disse não
Despiu as lágrimas
Engoliu o pranto
Varreu as dores do seu coração.
Fechou a porta a sete chaves, não fosse a tristeza voltar e de mansinho quisesse entrar.
Mandou-a embora. Pôs-lhe a mala à porta, cheia de trastes velhos e de tão cheia, teve que lhe pôr o joelho em cima para a poder fechar.
Vestiu-a com todas as mágoas, lavou-a com as lágrimas, penteou-lhe os cabelos longos e lisos com pentes de angústias. Para a tornar mais elegante, calçou-lhe uns sapatos de salto alto produzidos numa mistura de desencantos e abandono.
Assim aperaltada, a tristeza apanhou o primeiro comboio da manhã. Constava que teria sido deportada para longe. Soube-se mais tarde que o seu destino fora um deserto imenso, de dunas gigantescas, de areias escaldantes que calcorreou descalça.
Procurou um oásis para beber. Morreu de sede.
Foi acometida por uma miragem que a conduziu para dunas cada vez mais altas e intransponíveis. Diz-se que ao morrer, terá emitido um grito estridente que continua a ser ouvido nas noites frias do deserto.
Deportou-a...
Esqueceu-a,... naquele deserto, onde jaz...

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