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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Nas asas dun sonho







Pedi ao vento
que me levasse nos cabelos,
em viagem sem destino.


O vento ouviu o meu pedido
e levou-me, em viagem;
primeiro em voo picado

depois em voo sustido.


Do mar recebi a aragem,
do sol recebi o calor;
olhei para a lua serena
e suas crateras observei,
detive-me no cintilar duma estrela
e a um cometa me segurei.

 
Ele exagerou no seu voo
e de tão rápido, enjoei.

 
Com um grito de desespero
roguei ao vento então,
que entrançasse os cabelos,
me prendesse
e me pusesse no chão!


Prendeu-me com suas tranças,
como em braço de guindaste
e em viagem alucinante,
na terra fez voo rasante.


dum sopro abriu a janela
dos meus olhos e do quarto,
e dizendo:
A tua viagem acabaste,
deixo-te aqui e eu parto.



Fechei a janela ao vento
e as minhas janelas também
recomecei outra viagem,
no sonho que a vida sustem.

 

(An mirandés)





Nas alas dun suonho


 

Pedi al aire
que me lhebasse ne l pelo
an biaige sien çtino.


L aire oubiu l miu pedido
i lhebou-me an biaige;
pormeiro an bolo dagudo,
apuis an bolo sustenido.


De l mar recebi l´araige,
de l sol recebi la calor;
mirei la lhuna serena
i sous galatones ouserbei;
pasmei-me ne l relhampar dua streilha
i a un quemeta m´assigurei.


El eizagerou ne l bolo
i, de tanta mecha, mariei.


Cun un bózio de zaspero,
amplorei al aire por duolo,
que antrançasse l pelo,
me prendisse
i me punisse ne l suolo.


Prendiu-me cun las sues tranças,
cumo an braço de guindaste
i an biaige stuntiante,
na tierra fizo bolo rasante.


Dun assopro abriu la jinela

de ls mius uolhos i de l quarto,
dezindo,
la tue biaije acabeste,
quedas eiqui i you scápo-me.
 

Cerrei la jinela al aire
i las mies jinelas tamien,
ampecei outra biaige,
ne l suonho que la bida susten.

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