Respirei fundo,
uma, duas vezes,
sei lá quantas seriam,
com a fome de quem tudo quer respirar,
sem que nem um grão de oxigénio sobre,
à doçura do aroma…
Tília florida no mês de Junho,
respirei-te o corpo e o cabelo,
as folhas e o tronco,
sorvi-te o doce das flores.
Bebi-te em chá no Inverno,
a escaldar,
adoçado com mel,
na penumbra do lume a arder,
lançando uma batalha
de centelhas a chispar…
Respirei fundo,
uma, duas vezes,
sei lá quantas!
Sustive ie
fui bebendo…
Acerca de mim

- Adelaide Monteiro
- Sintra/Miranda do Douro, Portugal
- Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Sim, eu sei
Sim, eu sei
Que o tempo abre buracos
De tanto a tela esticar.
.
Por isso
Não me dês tempo!
Basta-me escrever
Para que me pareça
Ouvir a tua voz
E beber-te o riso.
Sim, eu sei
Que o tempo é veloz
Que o tempo não espera
E há que retalhar o tempo
Para fazer muitas camisas.
Por isso
Não me respondas!
Isto é só uma voz e o eco
Uma viagem de ida e a volta
Uma carta perdida
Uma chamada não atendida
Um monólogo que me basta
Uma canção que canto e ouço
Uma imagem
Um poema que me nasceu feto
Sem tempo para se formar.
Sim, eu sei…
Eu sei que o tempo
Nos passa sempre a correr
E há que esticar o tempo
Até a vida gastar
A água que passa não volta
E o rio corre para o mar.
Por isso
Não me respondas!
A mim me basta escrever
domingo, 5 de janeiro de 2014
Mas eu quero!
E o tempo…
O tempo, meu inimigo
Nem me pergunta se quero
Nasci numa terra onde as pedras
Eram regadas com suor
De corpos
Onde em poucos
O musgo chegava a crescer…
Eram regadas com suor
De corpos
Onde em poucos
O musgo chegava a crescer…
Agora
Arrima-se-me o bolor no musgo
Roubado às pedras
Que me regam
Com seu suor acidificado
Que tanto me faz doer
Arrima-se-me o bolor no musgo
Roubado às pedras
Que me regam
Com seu suor acidificado
Que tanto me faz doer
E o tempo
Nem me pergunta se quero
Mas eu quero…
Nem me pergunta se quero
Mas eu quero…
Quero o tempo!
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