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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

sábado, 10 de dezembro de 2016

E eu...


E eu...
Já a sombra me cobre o chão.
Qual chão, qual sombra?
Como posso ver a sombra 
se não há chão nem lua,
se a noite é breu e eu cega?
Caminho na vereda,
os passos dormem,
a água do ribeiro descansa,
a árvore retrai-se
com o piar do mocho
que lhe pousou em cima.
Sem ver, a árvore assustou-se,
cresceu-lhe um arrepio na raiz,
tremeu o tronco,
balançaram os ramos
e nem uma brisa corria.
Ouvi o som da queda
do gelo que os vestia.
Tive medo, tanto medo!
Ao mesmo tempo
passou-me o gelo na espinha,
o mocho rasou-me o rosto
e muito mais eu tremia.
É mau prenúncio, pensei…
O mocho rasou-me o rosto,
o gelo gelou-me a espinha…
Nem sombra, nem lua nem chão!
Cega, a noite…
E eu…

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