Gotas
Deslizam gotas do colo
quando te penso.
Serão lágrimas
que se feriram em quedas repentinas,
ou serão pingas de chuva,
ou serão pérolas de
orvalho?
Aí, descanso as penas,
as mãos cansadas,
as gretas que hão-de amaciar,
asperezas de vidas gastas
tempo de urgência a
passar.
Já o Outono se está a escapar…
e eu que fujo do Inverno
como o diabo da cruz!
Já os rebentos começam a dobrar,
já as vontades enfraquecem,
já o querer às vezes
entorpece,
já as forças mareiam
ao girar.
Segura os minutos às golfadas que dão a frescura!
Prende as horas para que a jornada te renda!
Aprisiona os dias para que a empreitada seja longa
mesmo que a soldada não te seja paga!
Deslizam gotas do colo
quando te penso.
Cubro de terra as sementes,
esperança de colheira
vencida que seja a invernada…
Pingas
Sgúbian-se pingas de
l rogaço
quando te penso.
Seran lhágrimas
que se scalabaçórun an caídas repentinas,
ou seran pingas de chúbia,
ou seran pérolas d´ourbalho?
Descanso ende las penas,
las manos cansadas,
grietas que hán-de
amerosar,
coscurones de bidas a
zlir,
tiempo d´ourgéncias a passar.
Yá l outonho se stá a scapar…
I you que fujo de eimbierno cumo diabo de la cruç!
Yá las fronças s´ampéçan a drobar,
yá las ganas se debélgan,
yá l querer a las
bezes s´angaramona,
yá las fuorças maréian a barimbar…
Sigura ls minutos a las golfiadas que dan l tempeiro!
Prende las horas para que la jeira te rinda!
Apeia ls dies para que l´ampreitada seia lharga
anque la soldada nun te seia paga!
Sgúbian-se pingas de l rogaço
quando te penso.
Acubro semientes,
sprança de muolo
bencida que seia l´ambernada…
Sem comentários:
Enviar um comentário