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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A fonte dos desejos


Lança-se a moeda na fonte
bem no fundo dos anseios.
Estão tantas moedas na fonte,
... tantos anseios a monte,
da gente que pede á fonte
remédio para seus receios.

Pudesse a fonte florir
no frio do vil metal!…

Escureceram as suas águas
com os metais corroídos
e agora se um justo desce
para de costas lançar
a moeda com o desejo
a fonte torce o nariz
faz trejeitos, como quem diz,
não me quero mais turvar…

E o justo mesmo assim
fazendo-se desentendido
do sentir da fonte santa,
de costas lança-lhe a moeda
para ver se com sorte pega
o vil que tanto lhe falta…

E logo o usurário
mesmo com sapatos calçados,
molhando os braços e o peito,
retira da água a eito
moedas de todas as cores,
leva dos desejos, os suores
que tanto cavaram o pão
e com o metal oxidado
sem sentir nenhuma mágoa,
cresce a pança ao comilão.

E a fonte de roubos farta,
disse para si, raios ma parta,
se não engolir toda a água!

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