Eu fui silêncio!...
Por longos dias, longos anos,
eu fui silêncio:
Engolido,
vomitado
aumentado.
Eu fui perdão,
eu fui medo!...
Por longos dias, longos anos,
eu fui perdão consentido,
medo multiplicado
de insultos, dores,
humilhacão.
Como sopa engoli mágoa,
a impotência com água,
a dor com lágrimas,
parti espelhos, estilhacei sonhos,
calei palavras, sequei gestos
ganhei tiques,
construí diques...
Quebrei o silêncio,
a rastejar ergui-me,...
reagi amedrontada.
Depois,
fiz-me a mulher coragem
da penumbra dos meus dias,
pássaro esmiuçado na ponta do bastão,
que indefeso cai ao chão.
E,
aos meus olhos
a noite voraz desceu
em pleno dia
e,
os meus olhos foram noite,...
na paz da noite!...
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