
Floriram jarros a chamar Maio
Flor branca singela de erotismo feita
Tecida na brancura da seda e orvalho
Desafiaste a chuva, cresceste perfeita.
Nos teus secos pólenes abrigas amigos
Que com o frio se perderam, coitados
Entre chuva e geada a tremer sem abrigos
Em ti renasceram de amarelo pintados.
Ao florir de esperança vós chamastes Maio
O mês das flores em lameiros estendidas
Em belos jardins a preceito tratados
Ou em rochedos frios, da força nascidas.
Num rebentar cândido, trouxestes alegria
Ao meu jardim, abaixo afilados
E às minhas jarras aonde floristes
Trouxestes o calor aos dias gelados.
E com a vossa postura enfrentando o céu
Mirando de frente o sol que aquecem
Trouxestes-me a força que em mim cresceu
Contra as horas mortas que me enlouquecem.
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